Ao falarmos e pensarmos em Winnicott e Fairbairn, imediatamente os associamos ao Middle Group da Sociedade Britânica de Psicanálise (SBP). Este grupo surge quando, no interior da SBP, se formam duas escolas, a de Anna Freud e a escola Kleiniana. Ora, nesta Sociedade existiam pessoas que não se identificavam nem com o pensamento de Klein, nem com o de Anna Freud, o que originou o aparecimento de um terceiro grupo (o Middle Group ou Grupo Independente), que contou, entre outros, com as contribuições de Fairbairn e Winnicott.
O Middle Group desenvolve aquilo que é conhecido como a perspectiva independente Britânica, que defende que a motivação principal da criança é a relação de objecto e não a satisfação do impulso. Este grupo é fortemente associado ao conceito de transferência e também a uma atitude psicanalítica anti-teórica e aparentemente pragmática. Realçaram sempre a importância das reacções que o próprio analista sente e não apenas as suas competências técnicas.
Entre estes analistas independentes havia muitas diferenças de opinião sobre a teoria e técnica psicanalítica, mas partilhavam uma atitude básica que era a de avaliar e respeitar “as ideias”, independentemente da sua origem. Assim neste contexto, o uso positivo da dúvida era essencial e não acreditavam em certezas ideológicas. Estas atitudes marcaram profundamente a evolução do Grupo Independente até aos dias de hoje.
O trabalho do Middle Group foi muito influenciado pela revisão radical da psicanálise proposta por Fairbairn, que trabalhava isolado em Edindburgh. A teoria psicanalítica era levada muito a sério por Fairbairn, não era uma opção extra. Entendia que para a psicanálise ganhar credibilidade e aceitação teria que satisfazer três condições:
1. A Psicanálise não pode estar isolada do mundo das ideias (mundo contemporâneo), tem que estar aberta e disponível para debater outras áreas ou sistemas de pensamento.
2. O corpo teórico de conhecimentos deveria conter uma coerência interna. Para o conseguir tem que se tomar em consideração um conjunto de pontos de vista/perspectivas do objecto de estudo.
3. Entendia que a prática clínica deveria estar ligada a e baseada em formulações teóricas. As teorias teriam que ser comprovadas com a experiência. Havia ainda em Fairbairn a preocupação de que a Psicanálise fosse compreensível. Fairbairn defendia que a psicanálise era importante para as pessoas e para as suas vidas, e tinha que ser apresentada e pensada numa maneira familiar e actual. Entendia que as teorias de Freud eram anacrónicas, estavam adequadas a uma maneira de pensar do séc. XIX e que eram feitas para máquinas alimentadas por energia. Por outro lado, a sua teoria assentava numa base mais biológica, feita para seres que funcionam com impulsos nervosos.
Fairbairn é um dos pensadores psicanalistas menos conhecidos, no entanto um dos mais importantes. As suas ideias serviram de base para as teorias posteriormente desenvolvidas por Winnicott, Bowlby, Guntrip e Sutherland.
A sua visão da importância da relação entre mãe e bebé no desenvolvimento infantil precedeu as publicações e a expansão destas ideias por Winnicott e Bowlby, quinze anos mais tarde.
Uma das contribuições mais importantes da teoria de Fairbairn para a teoria psicanalítica consiste na proposta de um ponto de vista alternativo em relação à libido. Para Freud, a libido procura o prazer. Para Fairbairn, a libido procura o objecto, isto é, a libido não é primariamente orientada para o prazer, mas para estabelecer relações com os outros.
Ora, a criança estabelece as primeiras ligações com os pais, através de diferentes formas de contacto. Quando esta ligação é formada a criança torna-se muito dependente dos pais e esta relação precoce molda a sua vida emocional de tal forma que determina as experiências emocionais que a criança experimentará mais tarde na sua vida, porque estes objectos libidinais precoces tornam-se os protótipos para todas as outras experiências de relação.
Crianças com pais saudáveis resultam em crianças com orientação exteriorizada para pessoas reais que podem fornecer um conforto e uma relação real saudável.
Quando isto não acontece, ou seja quando as necessidades da criança não são satisfeitas pelos pais, acontece um afastar patológico da realidade exterior. Em vez de um relacionamento real com os outros, estabelecem-se fantasias, presenças fantasiadas, que são objectos internos.
Uma criança com pais em larga medida pouco disponíveis é capaz de diferenciar entre a parte dos pais que é capaz de dar respostas às suas necessidades e a parte incapaz de dar resposta, ou seja, o bom objecto e o mau objecto. A criança interioriza os aspectos negativos dos pais (os aspectos que não dão resposta) e interioriza estas características como sendo parte dela própria. A este mecanismo de defesa Faibairn chamou clivagem do eu, onde o bom e o mau dos pais são mantidos separados e assim a criança não sente ambivalência. Os maus objectos são arquivados para dentro como sendo a de ciência dela própria (criança) e só ficam os bons.
Recordo a este propósito as palavras de uma analisanda minha: “Toda a vida vivi convencida que era maluca; agora vejo que a minha mãe é que não consegue estabelecer relações... parece autista...”
Neste excerto é visível o que acaba de ser dito: à criança é mais fácil pensar que é melhor ser mau num mundo bom do que ser bom num mundo mau. Ela torna a maldade condicionada à sua pessoa, livrando o mundo dessa maldade. Internaliza o aspecto mau e com ele se identifica, numa tentativa de controlar a maldade presente nas relações objectais.
Ao internalizar o objecto mau, o sujeito passa a sofrer uma espécie de perseguição interna e, para lidar com ela, realiza nova divisão do objecto mau, agora em aspectos excitantes e em aspectos rejeitantes. Estes aspectos são reprimidos, relacionam-se e identificam-se com o eu, que sofre também uma clivagem e recalcamento, dando origem ao eu libidinal e ao sabotador interno, o que, para Fairbairn, culmina na esquizoidia fundamental.
Fairbairn também postulou a existência de estruturas que são recalcadas, concluindo que o que é fundamentalmente recalcado são os maus objectos internos, e não, como em Freud, as imagens traumáticas ou impulsos culpabilizantes.
Para além de Fairbairn, Winnicott também fez oposição a diversos aspectos da teoria clássica e da teoria Kleiniana, tendo sido um dos grandes representantes do Middle Group, sem, no entanto, se julgar líder deste grupo. Com esta posição, Winnicott pretendia manter uma certa independência no desenvolvimento das suas ideias, tendo como objectivo final o desenvolvimento da teoria psicanalítica como ciência, que era, em sua opinião, muito mais importante do que ser Freudiano ou Kleiniano.
Ao longo de uma rica correspondência, Winnicott mostrou-se capaz de comentar os costumes e hábitos do seu país e os acontecimentos quotidianos da Instituição Freudiana, de que era membro e que se encontrava submetida à teoria de duas mulheres: Ana Freud e Mélanie Klein. Descreveu com ferocidade os defeitos tão característicos dos grupos psicanalíticos. Assim, numa carta datada de 3 de Junho de 1954, denunciou a hipocrisia das duas chefes da escola inglesa: “Considero que é de importância vital para a Sociedade que se eliminem estes grupos. Não tenho razões para pensar que viverei mais tempo que as senhoras, mas ter que lidar com agrupamentos rígidos que se tornariam, após a sua morte, automaticamente Instituições de Estado, é uma perspectiva que me apavora” (Roudinesco, 2008, p. 266).
A teoria de Winnicott resulta do seu trabalho como pediatra e analista. Winnicott concluiu que era impossível falar do indivíduo sem falar da mãe. Para este autor, o relacionamento mãe-bebé transformou-se num paradigma do processo analítico e há autores que defendem que este conceito (relação mãe-bebé) mudou a função da interpretação no tratamento psicanalítico.
Para Winnicott, todo o ser-humano possui o potencial inato para amadurecer e se desenvolver. No entanto, apesar de esta tendência ser natural, o seu desenvolvimento depende de um ambiente que facilite este processo, ou seja, um ambiente que forneça ao indivíduo os cuidados de que necessita. Considera que este ambiente é representado por uma mãe su cientemente boa. A mãe su cientemente boa é a que facilita os estádios iniciais do desenvolvimento do bebé, realizando uma adaptação activa às suas necessidades, indo ao encontro das necessidades deste. Estes estádios são fundamentais, pois é a partir deles que o indivíduo amadurece de forma saudável e equilibrada, ou não.
Um dia Winnicott surpreendeu uma plateia para quem falava quando disse: “Não existe isso que chamam de bebé”. Quebrou o suspense dizendo: “O que quero dizer, obviamente, é que sempre que vemos um bebé, vemos o cuidado materno, e sem cuidado materno não haveria bebé” (Winnicott, 1958d/2000, p. 165).
Em seguida, acrescentou que o rosto da mãe é o primeiro e único verdadeiro espelho da criança. No início esta mãe su cientemente boa atende completamente às necessidades do lho. Para o autor, quando o bebé está pronto para nascer, a mãe, amparada de forma adequada pelo seu marido, estaria preparada para uma experiência na qual sabe quais as necessidades do lho. Winnicott observou que grande parte das mães ficam tão em sintonia com os seus bebés quando estes nascem que passam a ter com ele uma relação fusional, como se se tornassem os dois numa única pessoa. As mães ficam mais atentas ao bebé, a sensibilidade aumenta, o que é considerado uma condição normal. No fundo, as sensações da mãe estão, elas próprias, num momento regressivo, em direcção às lembranças inconscientes em que a própria mãe foi um bebé.
Se a interacção mãe-bebé decorre sem problemas, a mãe antecipa as necessidades e actualiza as criações do bebé (em estado de excitação), oferecendo-lhe o objecto adequado - por exemplo o seio. Da mesma forma, não interfere quando o bebé se encontra em estado de quietude. Esta ressonância emocional da mãe, em equilíbrio perfeito com os ritmos do bebé, permite que este último que em sintonia com as suas próprias funções e impulsos, o que se torna a base da ligação entre a psique e o soma e se firma como núcleo do desenvolvimento lento e progressivo do sentido do Eu.
Destaque‐se que:
‐ Este estado de omnipotência transitório é fundamental para que a criança tenha uma sensação de contacto, responsividade e poder sobre a realidade.
‐ Sem a experiência deste estado inicial de omnipotência não é possível passar a fases seguintes do desenvolvimento.
Com o passar do tempo e de forma gradual, a mãe adapta-se cada vez menos, na medida da aptidão do bebé em compreender os fracassos dela. A adaptação absoluta da mãe passa a ser relativa, abrindo-se o caminho da transicionalidade. A mãe que inicialmente materializa o desejo alucinatório passivo do bebé dá progressivamente lugar à mãe que responde às necessidades através de gestos e sinais. Se tudo corre bem, dos estados de quietude do bebé continuam a irromper gestos espontâneos.
No caso de uma mãe que não corresponde ao seu bebé temos, como consequência de um impacto prolongado destas falhas, a fragmentação da experiência do bebé, a clivagem entre um Verdadeiro self (que se atro a) e um Falso self (com base numa forma obediente, condescendente e passiva de se relacionar com o objecto). O Falso self implica um funcionamento de acordo com as expectativas/necessidades do outro (a mãe), indiciando um eu que não se pode desenvolver - a reacção em substituição da existência.
Quando o bebé é bem cuidado cria os seus próprios recursos que lhe permitem, com o tempo, atingir uma dependência relativa. Se isto não acontece, pode dar-se uma falha que poderá levar a uma tendência para o desenvolvimento de distúrbios anti-sociais. Isto acontece se a criança não percebe que tem um eu separado de um não-eu. Quando ela (a criança) começa a experimentar momentos de independência, por vezes vai precisar de retornar à dependência. Então cabe à mãe demonstrar que este retorno é possível. Se em algum momento a criança não se sente amparada neste processo, poderá desenvolver uma dependência patológica.
Muitas vezes verificamos isto mesmo na nossa prática clínica: assistimos a movimentos de autonomia e de independência do paciente seguidos de momentos em que regride e mostra uma maior dependência do analista. Nestes momentos, o analista deve estar lá, disponível para o seu analisando, ao contrário do que aconteceu no seu passado.
Quando a criança se torna independente e capaz de cuidar de si mesma é porque o ambiente já está internalizado e, dessa forma, mesmo que ocorra um fracasso no ambiente, isso já não terá um resultado tão catastrófico do ponto de vista da estrutura da personalidade.
Como já vimos, durante o processo natural de amadurecimento, a dependência absoluta transforma-se em dependência temporária, em que as experiências de separação entre a mãe e o bebé trazem sofrimento à criança devido à perda do sentimento de continuidade da existência.
Ora, é durante este processo que a criança encontra objectos simbólicos que representam a presença da mãe e por isso é capaz de restaurar o sentimento de continuidade de existência, necessário ao processo de constituir-se como uma unidade coesa.
Estes objectos foram chamados por Winnicott de objectos transicionais ou transitivos porque tinham uma função fundamental, apesar de temporária. Winnicott situou o objecto transitivo na área da ilusão e da brincadeira. Substitui o seio, mas não é reconhecido como fazendo parte da realidade exterior. Assim, está destinado a proteger a criança da angústia de separação no processo de diferenciação entre o eu e o não eu. Ou seja, este objecto pode marcar a passagem de um estado em que a criança se encontra unida ao corpo da mãe, para um estado em que a criança é capaz de reconhecer a mãe diferente de si.
Para explicar a construção do objecto transitivo, Winnicott lembra o primeiro vínculo da criança com o mundo externo, a sua relação com o seio materno. Inicialmente, a criança estabelece uma relação com o seio materno como fazendo parte de si mesma e tem com isso uma ilusão de omnipotência. Depois, a mãe desilude a criança fazendo com que ela perceba que o seio não lhe pertence, e é neste contexto que o objecto transitivo ocupa um lugar de ilusão. Ao contrário do seio, este objecto é conservado pela criança que tem o poder de decidir a distância entre ela e o objecto e o poder de demarcar os seus próprios limites mentais em relação ao externo e ao interno. Assim, faz-se a passagem de uma fase em que o bebé está fundido com a mãe para uma fase em que ele está em relação com a mãe, como algo separado e externo.
Quando o bebé adquire esta capacidade de adoptar um objecto transitivo, anuncia o processo de amadurecimento e de futura independência.
Para Winnicott, perder este objecto seria perder a boca, o seio, a criatividade, a percepção objectiva. O objecto é uma das pontes que torna possível o contacto entre a psique do indivíduo e a realidade externa. Deve-se, então, dar à criança o tempo necessário para que este objecto perca o seu significado e possa ser dispensado sem dor.
Vejamos, então, resumidamente, as principais diferenças e semelhanças entre estes autores.
Fairbairn não tem em conta o amadurecimento progressivo do bebé. Ele prevê introjecções precoces e defensivas, desde sempre a esquizoidia original.
Winnicott tem em conta todo o processo de amadurecimento, ou seja, o bebé é diferente quando nasce, ao m de 4, 6, 12 meses, etc. Para este autor, os processos de introjecção e projecção, que começam por ser corporais e ligados à função digestiva (incorporação/excreção), são uma aquisição que o bebé faz ao longo do amadurecimento; nomeadamente só podem ocorrer depois da fase do uso do objecto. Mais ainda, estes processos, para Winnicott, não são defensivos, mas fazem parte do desenvolvimento normal, possibilitando a aquisição de bons e maus objectos internos.
Para Fairbairn, os objectos internos são sempre maus, porque atestam a incompetência dos objectos externos.
Para Winnicott, inicialmente o bebé está indiferenciado do meio (mãe) e depois adquire a externalidade (dentro/fora) na sequência bem-sucedida da fase do uso de objecto. Passa a ter uma identidade unitária, depois tem acesso ao concern e só nesta fase tem capacidade de distinguir uma incorporação má (complicada pela raiva e frustração). Só nesta sequência se pode falar de introjecção e projecção, e não inicialmente, como considera Fairbairn.
O que os dois autores têm em comum é o peso que dão ao ambiente e o facto de o ser humano estar orientado desde sempre para a relação. Para Winnicott, o sujeito inicialmente precisa da relação com o outro para existir; para Fairbairn, a libido procura a relação e não a descarga de pulsões, rompendo ambos com o modelo pulsional de Freud e intra-psíquico de Klein.
Outro aspecto comum em ambos tem a ver com a sensibilidade que tinham para com os seus analisandos. Exemplo disso é o caso de Guntrip (1996), que, no seu famoso artigo “Minha Experiência de análise com Fairbairn e Winnicott”, descreve as diferenças de estilo entre ambos: Fairbairn, aparentemente num estilo mais distante e Winnicott mais próximo e descontraído. Mas a verdade é que na última sessão de análise com Fairbairn, este se despede a chorar, revelando toda a sua sensibilidade e proximidade.
“Fairbairn e Winnicott, novos olhares sobre a psicanálise” é o título desta comunicação. Cabe‐nos a nós, analistas e psicoterapeutas, ter também a capacidade de olhar de uma nova forma para os nossos analisandos, pois é sentindo-se assim olhados - com entusiasmo e acreditando no seu potencial a ser desenvolvido -, de forma diferente da do passado, que internalizam um novo olhar sobre si próprios que lhes vai permitir, por sua vez, relacionarem‐se consigo e com o mundo de uma maneira nova. Que é como quem diz, encontrarem um lugar a partir do qual seja possível sentirem‐se capazes, competentes e merecedores; merecedores de encontrar novos estilos de relação; relações mais saudáveis de reciprocidade; onde existe espaço para o amor, a alegria e liberdade.
No fundo é deixar de ter que reagir e passar a poder existir!
Citando Coimbra de Matos (2007) no seu texto Retomar o desenvolvimento suspenso: “Perscrutando em torno dos dois grandes eixos da psicopatologia - a ansiedade e a depressão -, o psicanalista está lá, na relação com as pessoas, sabendo afastar-se no preciso momento em que a tensão cresce e reaproximar-se sempre que a necessidade é sentida. É a mestria da relação (....) o psicanalista na sua humildade, genuinamente humana e rigorosamente científica; tornando-se assim a pessoa mínima - o objecto-limite -, que apenas atrai o desenvolvimento idiomórfico do analisando: um psicanalista que se apaga à medida que o paciente se ilumina, um atractor que se esgota na razão inversa da potência crescente da alma que se reencontra. É este o segredo - se segredo existe - da cura analítica: uma relação transitória para retomar o desenvolvimento mental suspenso” (p. 105).
Termino dizendo-vos que se hoje em dia estou atento e desperto a estas questões, ao meu analista o devo!
Coimbra de Matos, A. (2007). Vária. Existo porque fui amado. Lisboa: Climepsi. Fairbairn, W. R. D. (1952). Psycho‐Analytic Studies of the Personality. Londres: Tavistock Publications.
Guntrip, H. (1996). My experience of Analysis with Fairbairn.International Journal of Psycho‐Analysis, 7, 739.
Oliveira Dias, E. (2012). Teoria do Amadurecimento de D. W. Winnicott. (2a ed.). São Paulo: DWW Editorial.
Roudinesco, E. (2008). Jacques Lacan: esboço de uma vida, história de um sistema de pensamento. São Paulo: Companhia das Letras.
Roudinesco, E. & Plon, M. (1997). Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar
Winnicott, D. W. (1958d). Ansiedade associada à insegurança. In Da pediatria psicanálise (pp. 163‐167). Rio de Janeiro: Imago, 2000.
Winnicott, D. W. (1972). Holding and Interpretation. (1a ed.). São Paulo: Martins Fontes.
1 – Comunicação apresentada no “Segundo Congresso Luso‐Brasileiro sobre o pensamento de Donald Winnicott” ‐ Lisboa, 20 a 22 de Junho, 2014.
2 – Psicólogo Clínico e Psicanalista
Winnicott and Fairbairn: new insights on psychoanalysis .
In this article the main aspects of both the theories of Winnicott and Fairbairn are described, followed by an analysis of the main diferences and similarities.
Both psychoanalysts, Fairbairn and Winnicott had a profound influence on the Middle Group, that emerged from the British Psychoanalytic Society, and claimed that the main child motivation is the object relationship and not the satisfaction impetus.
Winnicott theory reflects his experience as both a pediatrician and psychoanalyst. Winnicot introduces the mother-baby relationship as the new paradigm of the analytical process. He argues that the each human-being has the innate potential to mature and develop, however this rightly process depends on an enabling environment represented by a “sufficiently good mother” who is able to facilitate the early stages of the baby development, by responding to his needs.
According to Fairbairn, the completely dependent new born, establishes the first relationships with his parents, by means of different forms of communication. is early relationship will shape the child’s emotional life, in such a way that will determine the emotional experiences the child will live as an adult, because these early libidinal objects become prototypes for all the other relationship experiences.