Revista | Vol. 5, N. 2, Dez 2014

O reestabelecimento da continuidade de vir a ser. Um breve estudo de caso à luz da teoria do amadurecimento de D. Winnicott.

SONHO 

Deixa penetrar a raiz
No centro da tua alma
Aspira a seiva
Da fonte infinita
Do teu inconsciente
E Conserva o teu verdor.
D.W.Winnicott (1990) 

Introdução 

A teoria winnicottiana propõe uma visão do ser humano do ponto de vista do amadurecimento pessoal, sendo esta uma sucessão de aquisições e conquistas pela qual o ser humano passa até se tornar um indivíduo. Sendo assim, cada pessoa possui uma tendência inata ao amadurecimento. Em outras palavras, cada ser humano contém em si “um vir a ser”, em um processo contínuo de desenvolvimento. Esta visão, portanto, nos ajuda a compreender as dificuldades e conquistas que o indivíduo experimentou desde os estágios primitivos, e assim então nos fornece dados sobre a sua saúde emocional. 

Para Winnicott, a ideia de saúde emocional e doença psíquica está relacionada a uma interrupção na linha do amadurecimento pessoal do indivíduo, ou seja, uma interferência no processo da natureza humana em seu “vir a ser”, em suas palavras: “(...) A psique por outro lado, pode estar ela mesma doente, ou seja, deformada por falhas no desenvolvimento, a despeito de existir uma base cerebral saudável para o seu funcionamento (...)” (Winnicott, 1990, p. 30) e ressalta que o desenvolvimento da psique é independente do processo maturacional do corpo ou do intelecto. 

Tendo como base esta visão, a de que podemos localizar na linha do amadurecimento pessoal do indivíduo o momento onde ocorreu a interrupção no processo seu desenvolvimento pessoal, irei apresentar uma pequena vinheta de atendimento de um caso clínico que fiz a uma mulher de 42 anos, a qual chamarei de Clara. Nesta apresentação pretendo elucidar um caso de doença emocional, onde se evidencia uma grande ruptura na continuidade de vir a ser e toda a organização defensiva reativa na tentativa de reestabelecer sua unidade pessoal. Por fim, apresentarei o desfecho do caso e como Clara conseguiu retomar sua linha de amadurecimento e voltar a “vir a ser”. 

Queixa 

Clara me procurou e sua entrevista foi agendada muito rapidamente, com facilidade em acertarmos dia e horários. Na primeira entrevista Clara apresenta-se formalmente, seu tom de voz é extremamente suave, baixo e calmo. Mantém-se ereta, com os pés juntos, não se encosta na poltrona e segura a bolsa em cima das pernas com os braços sobre ela. Usa roupas escuras, extremamente limpas e bem passadas. Seu cabelo é minimamente repartido ao meio e duas tranças seguem ao lado da cabeça formando um coque atrás. Anda como se flutuasse. Seus passos são silenciosos. Sinto como se não houvesse um ser vivo diante de mim. Tenho a impressão de que Clara ao mesmo tempo em que quer ser vista, teme em ser notada. 

Sua queixa é “precisar abrir mais a mente”. Acha que precisa seguir adiante na vida, mas sente que não consegue como se “algo a prendesse”, às vezes sente como se fosse “cair em um precipício”. Diz saber que “possui asas, mas não sabe nem o tamanho e nem como as usá-las”. Diz sentir como se vivesse no passado, como se tivesse parado no tempo, como se ela tivesse perdido o trem que passou. Sente que “precisa recriar o seu mundo, desconstruir o mundo que lhe apresentaram e construir um novo”. Diz que sua cabeça às vezes fica separada do corpo, ao ponto de demorar para sentir uma dor física quando se machuca. Diz que se sente como um “cuco”, ora coloca-se para fora, ora volta para dentro. Seu desejo é viver “pra fora”, pensa que “precisa libertar o cuco da caixinha”, mas apesar de desejar muito, a ideia lhe parece amedrontadora. Clara possui um vasto arsenal de imagens para descrever seus sentimentos e seus estados emocionais, o que permeará todo o atendimento e me permitirá a aproximação com seu mundo interno. 

História de vida 

Ao início de cada sessão, Clara chega com um tema pronto, um pensamento ou uma imagem. Mostra excepcional percepção de seu mundo interno. Porém, quando indagada sobre suas opiniões e sentimentos relacionados a um fato narrado, Clara não consegue se colocar em primeira pessoa. Sua fala é peculiarmente pronunciada em terceira pessoa, mostra extrema preocupação e sensibilidade com o sentimento e opinião do mundo externo. É como se o mundo interno estivesse muito aquém do mundo externo. Clara não pode existir como indivíduo, se defende de forma ativa e intelectual, separando o mundo interno e externo, o bem e o mal, como se eles não pudessem se completar ou se misturarem nunca. Talvez a imagem mais nítida que a paciente trouxe, que pode elucidar a organização de uma defesa com predominância de um mundo extremamente internalizado, é a de uma árvore que cresce para baixo, para dentro da terra, com troncos e raízes grossos e fortes e que cresce para fora com galhos muito finos, baixos, quase sem folhas, e impossível de ser classificada dentro de qualquer espécie conhecida das árvores. 

Apresenta sua família como humilde, de origem escrava e seguidores fervorosos dos preceitos de testemunhas de Jeová. Ao longo das sessões me explica como foi educada, as regras impostas pela família, a preocupação com o julgamento de Deus, a constante separação que sua avó fazia entre o “certo e o errado”, “céu e inferno” e o medo que a acompanhou por toda a infância. Os temores narrados incluíam mostrar suas emoções exatamente como eram, precisar se controlar, ter modos e, sobretudo, não “desagradar” a sua avó. Não podia “brincar como queria” porque era “impróprio”, não podia rir alto porque era “feio”, não podia pular nem correr, subir em muros, árvores como queria (à vontade), pois não era próprio para quem usava as saias longas que sua avó obrigava. Não podia sequer “chorar o quanto queria” ou “chorar o quanto doía” quando se machucava, pois era “impróprio”, tinha que engolir o choro e entrar para casa até a dor passar. Não podia “se alastrar”. Queria muito brincar como os meninos. Lembra que suas brincadeiras eram acompanhadas dos olhares da avó, se sentia vigiada e temia suas broncas. Conta de uma mãe quase ausente que não interferia nas regras de sua avó e pai omisso, pouco disponível. 

As roupas que usava eram compradas em conjunto por toda a família, e todas iguais, para as quatro irmãs. Seus cabelos eram presos exatamente iguais. Clara promete me trazer uma foto, onde está com as irmãs sentadas em um sofá todas vestidas exatamente iguais. Comenta sentir-se incomodada com esta foto, pois se confunde em saber quem é quem. É a irmã mais velha de quatro irmãs. Cola-se a elas, fazendo pares, ou um conjunto onde a percepção é de que elas vivem como um grande emaranhado de pessoas e não como quatro indivíduos. Clara já trabalhou como auxiliar em escola e seus questionamentos sobre sua criação começaram quando começou a perceber o quanto as crianças eram livres e se divertiam “à vontade” e passou a observar o tratamento que recebiam de suas mães. Há dois anos que não trabalha, não estudou e dedicou os últimos 12 anos de sua vida a cuidar da avó enferma. Depois que avó faleceu diz ter entrado em desespero, desalento e incômodo muito grandes, pois sente que o tempo passou e não lhe sobrou nada para si. É como se sua vez nunca chegasse. Conta que se sentiu obrigada a cuidar da avó, pois ninguém mais queria fazê-lo, pois esta tinha um temperamento muito difícil. Clara sente que se “atrofiou”, depois da morte de sua avó sente como se estivesse diante de uma estrada longa “com as pernas engessadas”, quer seguir em frente, mas a sensação é de fraqueza. Compreendi que Clara sofrera interrupções sucessivas na possibilidade de experimentar ser ela mesma, no lugar de viver experiências pessoais sadias, viveu o medo do colapso ao invés de conquistar o estabelecimento do self unitário. 

O Diagnóstico 

Neste momento pude ter uma ideia concreta de que se tratava de um caso primitivo de cisão entre o “eu” e “não eu” como tentativa de preservação da continuidade do “vir a ser” contra as angústias impensáveis. Esse raciocínio me permite pensar que o ambiente em que Clara viveu não conseguiu proporcionar-lhe as experiências de que precisava para integração de tempo e espaço e, portanto, a condição para a constituição do “eu sou”. 

Para Winnicott (1989, 1961), a conquista de uma unidade individual depende de um ambiente facilitador, cuja principal função é adaptar-se ao indivíduo totalmente dependente até este tornar-se independente, privilegiando suas necessidades pessoais sem sobrepor a elas as necessidades do próprio ambiente. E descreve: “O ambiente facilitador pode ser descrito como sustentação (holding), evoluindo para o manejo (handling), ao qual se acrescenta a apresentação de objeto (object‐presenting). Em um meio ambiente facilitador desse tipo, o indivíduo passa por um desenvolvimento que pode ser classificado como integrador, ao qual se acrescentam a personalização (indwelling) ou conluio psicossomático e, depois, o relacionamento objetal (object‐relating)” (Winnicott, 1994, p.73)”. 

Clara defende-se, organiza-se contra o desamparo e a falta de comunicação, e se isola, vive somente “dentro da caixinha” do cuco. Mas o cuco tem desejo, tem instinto, quer sair, a natureza humana fala mais alto, irrompe do inconsciente o ímpeto mais primordial de todo o ser humano, o de existir. 

De certa forma, penso que há um esboço de “eu sou” e indícios de que alguma integração aconteceu nos primórdios da vida instintual de Clara, mas de forma enfraquecida, é como se houvesse uma quebra de continuidade na construção de uma unidade pessoal. Clara possui asas, é por vezes um cuco que sai para fora, é árvore com galhos frágeis, sabe o que é dentro e fora, sabe o que deve ser feito, procura o que deve ser feito como nas escrituras de Jeová, mas pouco sabe sobre si mesma, ou, seguindo o raciocínio anteriormente citado, pouco pôde experimentar o que de fato era pessoal, nem nas brincadeiras, nem na escolha das roupas, nem da diferenciação de tratamento em relação às irmãs. Ao contrário disto, traz a experimentação da interrupção da própria vida. A imagem de queda e de abismo é recorrente, a ansiedade que a acompanha também, o que me faz pensar que Clara vive ameaçada pelo medo do colapso ou, como Winnicott (1989,1961) chama, Breakdown

Winnicott (1989, 1961) diz que, para poder se defender das agonias impensáveis, “O ego organiza defesas contra o colapso da organização do ego, e é esta organização a ameaçada. Mas o ego não pode se organizar contra o fracasso ambiental, na medida em que a dependência é um fato de vida” (p. 71). 

Contudo, todos esses fatos nos leva a crer que se trata de uma enfermidade emocional do tipo psicótica como defesa contra o colapso. Winnicott (1983, 2007) explica: “Pode-se dizer que uma proteção do ego suficientemente boa pela mãe (em relação às ansiedades inimagináveis) possibilita ao novo ser humano construir uma personalidade no padrão da continuidade existencial. Todas as falhas que poderiam engendrar a ansiedade inimaginável acarretam uma reação na criança, e esta reação corta a continuidade existencial. Se há recorrência da reação desse tipo de modo persistente, se instaura um padrão de fragmentação do ser. A criança cujo padrão é o de fragmentação da continuidade do ser tem uma tarefa do desenvolvimento que ca, desde o início, sobrecarregada no sentido da psicopatologia (p. 59). 

O manejo 

Como ajudar Clara a reestabelecer a continuidade de “vir a ser”? Como proporcionar a experiência de que precisa para se reconectar com seu amadurecimento pessoal? 

Cito Winnicott (1954, p. 374): 

A análise não consiste apenas no exercício de uma técnica. É algo que nos tornamos capazes de fazer quando alcançamos um certo estágio na aquisição da técnica básica. Aquilo que passamos a poder fazer é cooperar com o paciente no seguimento de um processo, processo este que em cada paciente possui o seu próprio ritmo e caminha no seu próprio rumo. Todos os aspectos importantes desse processo originam-se no paciente, e não em nós enquanto analistas. 

Então, tratei de deixar Clara se “alastrar”. Fui-me interessando pelos fatos narrados e, na medida do possível, fazendo-a apropriar-se dos seus sentimentos. Foi difícil, mas na medida em que Clara podia perceber o que sentia, pôde mudar seu discurso para primeira pessoa. Em muitas sessões mantinha-me conectada às imagens mentais que ela trazia e interessada nos fatos. Aos poucos, Clara foi largando a bolsa, se recostando na poltrona, repousando os braços ao lado do encosto, e podendo, quando queria, esticar as pernas em um “pufe”. 

As sessões seguiam o ritmo de Clara. No começo seguia presa ao seu relógio, checava constantemente o horário e finalizava a sessão pontualmente. Aos poucos, foi se esquecendo de olhar a hora, fazendo com que as sessões se estendessem por mais vinte ou trinta minutos. Clara sempre chegou muito antes da sessão, e eu comecei a compreender que ela precisava ser atendida assim que chegasse. Apeguei-me aos detalhes do setting, me esforcei para deixá-lo sempre igual, a luzes do abajur acesas, as almofadas na mesma disposição. Tive uma ousadia: a de abraçá-la fortemente após cada sessão, não poderei analisar se isso causou algum impacto na análise, mas o fato é que foi bem recebido e tornou-se hábito. 

As sessões transcorreram em ritmo e profundidade contínuos, com poucas interpretações, basicamente pautada em imagens, metáforas e cenas que puderam ajudar Clara a integrar suas emoções e experiências pessoais de forma lúdica. Falar através de imagens com Clara, a meu ver, foi uma adaptação sem invasão, foi falar sem dissecar, preservando o íntimo. Lembro-me de uma sessão em que Clara pôde falar que sentia muita raiva da avó quando esta a impedia de chorar, o que foi um passo muito importante da sua evolução. Aos poucos, Clara pôde se apropriar de sua vida. Começou a chegar às sessões sem tema, com a “cabeça vazia”. Pudemos rir e falar sobre amenidades muitas vezes nas sessões. Clara até falou dois ou três palavrões. Passou a vir às sessões uma vez ou outra com roupas coloridas, porque pôde se apropriar, por exemplo, de que gostava de vermelho. Certa vez fiquei surpreendida, pois veio com o cabelo desarrumado e chegara atrasada. Porém foi de extrema valia eu não interpretar esse fato, apenas recebê-la da mesma maneira e estar lá como sempre. Clara foi se modificando lentamente. 

Chegou a sua última sessão com um sonho que tivera na noite anterior. Sonhou que estava com seus sete ou oito anos, se olhando no espelho, com um vestido que era o que mais gostava e um reloginho cor de rosa que adorava, apenas se olhava no espelho, arrumava os cabelos e se olhava. Disse que há tempos não se sentia tão bem, é como se voltasse a uma época em que se sentia feliz. Não sabia como me dizer, mas disse que essa seria sua última sessão, pois de fato havia encontrado o que estava procurando, a si mesma, e que sentia que podia a partir dali ser capaz de fazer seu próprio caminho. Me agradeceu, mostrou imensa gratidão, e disse que queria viver como aquela criança feliz que viu no espelho. 

O que pude fazer naquele momento foi endossar a sua conquista e entendi que Clara precisava experimentar ser ela por ela mesma. Entendi que Clara pôde retomar a sua linha de amadurecimento e reestabelecer a continuidade do seu vir a ser. Ouso até pensar que o sonho que teve pode ser um indício de quando a interrupção se fez de fato, mas o que importa é que ela pôde se reestabelecer como indivíduo. 

Clara encerrou ainda a sessão com seu jeito costumeiro de trazer imagens. Disse que sentia que as raízes de sua árvore estavam rompendo o solo e se destacando da grama. Encerrei devolvendo-lhe outra imagem. Disse-lhe que percebia que durante muito tempo sua árvore fora cultivada como grama, em um jardim onde tudo tem que ser como a grama, tudo igual, mas que ela sempre fora na verdade uma “árvore”. 

A respeito da foto que Clara me prometeu trazer, foi rasgada e jogada no lixo. A meu ver este foi um grande avanço no que diz respeito a integração da agressividade. 

Conclusão 

Segundo Winnicott (1990), o ser humano é uma amostra no tempo da Natureza Humana, o inconsciente é atemporal, por isso a continuidade de “vir a ser” pode ser retomada a qualquer momento. Podemos nos indagar, ou sermos tomados por um desejo, como analistas, sobre quão longe esta análise poderia ter ido e quantos mais aspectos poderiam ter sido trabalhados. Porém, lembremos que ao realizar um gesto espontâneo a criança cria seu mundo se este é encontrado quando se adapta às suas necessidades. O gesto que Clara fez ao procurar ajuda é de ordem mais primitiva. São problemas de quem precisar começar a viver. Clara quer sair da terra, quebrar a superfície, saber o tamanho de suas asas e como usá-las. A continuidade de vir a ser pôde ser reestabelecida na medida em que Clara encontrou o que procurava e pôde experimentar algo pessoal. Neste processo, a paciente pôde distinguir-se entre as irmãs e deixar de aglutinar-se a elas e constituir uma unidade. O sentido pelo qual a análise de Clara ajudou o reestabelecimento de sua continuidade de ser deve-se ao fato de que ela pôde encontrar na análise um ambiente facilitador e integrador.

Para explicar este processo, no qual chamamos de integração, Winnicott (1983, 2007) escreve: “A integração está intimamente ligada à função ambiental de segurança. A conquista da integração se baseia na unidade. Primeiro vem o “eu” que inclui “todo o resto é “não eu”. Então vem o “eu sou, eu existo, adquiro experiências, enriqueço-me e tenho uma interação introjetiva e projetiva com o não eu, o mundo real da realidade compartilhada”. Acrescente-se a isso: “Meu existir é visto e compreendido por alguém”, e ainda mais: “É me devolvida (como uma face refletida em um espelho) a evidência de que necessito de ter sido percebido como existente” (p. 60). 

Por fim, nesta análise, Clara pôde experimentar ser um indivíduo único. O fato de termos conversado sobre seus sentimentos através de imagens fez com que, além de eu me aproximar de seu mundo interno sem intrusões, a fizesse ser plenamente compreendida e vista, tal qual ela se apresentou. Tudo isso então contribuiu para o reestabelecimento da continuidade de ser, no sentido de que o ambiente da análise assumiu um caráter adaptativo às necessidades trazidas, fazendo com o que ela pudesse como gostaria, quando buscou ajuda, recriar o seu mundo. E o recriou, de maneira pessoal e verdadeira, irrompendo o solo que a aprisionava e experimentando ser “árvore”, e não mais grama. 

 

Referências Bibliográficas 

Winnicott, D. W. (1990). O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1965; respeitando‐se a classificação de Huljmand, temos 1965b) 

Winnicott, D. W. (1990). A Natureza Humana. Rio de Janeiro: Imago Editora. Winnicott, D. W. (1994). O medo do Colapso. In D. Winnicott (1994/1989a), Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1989[1965]; respeitando-se a classificação de Huljmand, temos 1989d[1965] )

Winnicott, D. W. (1994). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original publicado em 1989; respeitando-se a classificação de Huljmand, temos 1989a)

Winnicott, D. W. (2000). Da pediatria psicanálise. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1958; respeitando‐se a classificação de Huljmand, temos 1958a) 

Winnicott, D. W. (2000). Aspectos Clínicos e Metapsicológicos da Regressão no Contexto Analítico. In D. Winnicott (2000/1954), Da pediatria psicanálise. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em1958[1956]; respeitando-se a classificação de Huljmand, temos 1958n[1956]) 

Notas de rodapé

1 – Comunicação apresentada nas Jornadas da AP, associadas ao II Congresso Luso-Brasileiro sobre o pensamento de Donald W. Winnicott, 22 de junho de 2014, Lisboa.
2 – Psicóloga clínica, estudante a liada ao Centro Winnicott São Paulo. Estudante de Pós Graduação em Filosofia da Psicanálise 

Title

The reestablishment of the continuity of being, a brief study case in the theory of maturational process of D. Winnicott 

Abstract 

Based on Winnicott’s maturational process theory, which says we can find in the personal line growth the moment where the interruption occurred in the personal development process, I intend to illustrate this proposition through the case of a 42 year old woman, who I will call Clara. In this brief case report, it is possible to observe a break in the continuity of being, the reactive defensive organization constructed in the attempt to recover his personal unit and the reestablishment of the continuity of being, through the lived experience in analysis, where treatment helps Clara to break the defensive fence and continue to exist.