A psicanálise é a ciência que investiga a interacção dos processos conscientes e inconscientes e tem como fim a descoberta e a formulação das leis sobre a função do sistema mental. Tem origem no trabalho de Breuer e Freud.
Freud foi o primeiro a compreender que as comunicações do paciente, aparentemente carentes de sentido, podiam ser traduzidas se tratadas como derivados codificados do inconsciente, reconhecendo a importância dos conflitos internos infantis no funcionamento psicológico humano. A partir da descoberta dos processos psicanalíticos inconscientes, Freud, em 1922, definiu a psicanálise a partir de três níveis distintos mas em permanente articulação entre si:
A psicanálise reúne, assim, sem os confundir:
– O método de investigação exigido pelas características do inconsciente;
– A acção de transformação efectiva inerente ao processo psicanalítico e que vai para além de uma perspectiva estritamente terapêutica;
– A teorização, em simultâneo, restrita pela sua especificidade e, contudo, aberta a todas as disciplinas que dizem respeito ao homem.
A psicanálise é a análise do psíquico para evidenciar os seus elementos constitutivos e processos operativos. Ciência e técnica desenvolvida a partir da obra seminal de Freud, expande-se na relação interdisciplinar com outros saberes, que vão da arte e antropologia à física quântica e neurociência, e aprofunda-se pela micro-análise das relações precoces e pelo estudo sistemático do processo de mudança na cura analítica.
Hoje em dia, pode definir-se a psicanálise enquanto método de tratamento e auto-conhecimento. No entanto, as características específicas da função analisante viabilizam que o indivíduo possa dar continuidade a esse trabalho, em autoanálise, depois de terminado o tratamento.
A teoria geral da psicanálise tem vindo a evoluir gradualmente, introduzindo modificações e alterações progressivas conforme se realizam e organizam novas observações, novas teorias e novos modelos.