Revista | Vol. 7, N. 1, Junho 2016

O estranho no processo analítico

O estranho (Das unheimlich) é um conceito desenvolvido por Freud que tem na origem o sentimento de estranheza atual e parece esconder uma familiaridade anterior à situação. Na origem está heimlich (familiar e oculto), que «é uma palavra cujo significado se desenvolve na direção da ambivalência, até que finalmente coincide com o seu oposto, unheimlich (…) [Este seria], «uma subespécie de heimlich» (Freud, 1919/1989, p. 283). Familiar e estranho coexistem neste vivido e, a par disto, o autor considera que o que está na sua base são conteúdos infantis que retornam sob a forma de estranho. Seriam, pois, revivescências da infância que aconteciam ao «rever as coisas, pessoas, impressões, eventos e situações que conseguem despertar em nós um sentimento de estranheza (Freud, 1919/1989, p. 284). 

O estranho assume então duas ordens de resposta, a saber:

                  a omnipotência de pensamentos, que congrega o animismo e a magia, onde a auto referência do sujeito predomina e guia, de forma todo poderosa, na defesa à ameaça de morte, ou o expõe a situações potencialmente assustadoras, sempre que o desejo o sujeite a qualquer ameaça à sua integridade pessoal;

                  a compulsão à repetição, que expõe o sujeito ao desencontro entre o Eu coerente e o Eu reprimido (inconsciente). Neste caberia «a compulsão à repetição [que] deve ser atribuída ao reprimido inconsciente» (Freud, 1920/1989, p. 33). O estranho seria «como algo que deveria ter permanecido oculto mas veio à luz» (Shelling, cit. por Freud, 1919/1989, p. 281).

O estranho é explicado através de contos, histórias e vivências do próprio autor, atribuindo‑lhe este importância diagnóstica e explicativa dos vividos primitivos do indivíduo. O interesse do conceito vai da literatura à arquitetura (Levari, 2015; Martins, 2011; Rodríguez, 2013; Zimmerman, 2015).

Por outro lado, o estranho aparece frequentemente no discurso do dia‑a‑dia e durante os processos psicoterapêuticos e psicanalíticos ou até no adoecer físico (Warsop, 2011, p. 484), apresentando‑se polissémicos no âmbito do seu surgimento. Freud (1919/1989, p. 277) considera que o estranho «é aquela categoria do assustador que remete ao que é conhecido, de velho, e há muito familiar». O estranho entrelaça‑se com o familiar e pode apresentar‑se ao sujeito como algo do qual não consegue escapar‑se, por causa deste entrelaçar, desta indiferenciação. Assim, «o que é aterrorizador, assustador, no mais das vezes, habita o familiar e esse estranho, ou esse sinistro, pode ser o que o sujeito desconhece de si mesmo» (Maquêa, 2007, p. 61).

Num dizer freudiano, o passado parece, pois, amolgar o presente por viés, de algo assustador e conhecido e, ao mesmo tempo, difícil de ser percebido por estar de alguma forma escondido no mais recôndito do indivíduo ou num vivido projetado no exterior ameaçador.

Este aspeto assustador do estranho pode aparecer de forma mais ou menos explícita na pesquisa paranóide do espaço, no discurso desconexo, na manifestação corporal ou mesmo na descrição de situações agradáveis que, ainda assim, revelam esconder um matiz estranho para o paciente (Freud, 1894/1989)I. Importa, então, perceber como esta manifestação pluriforme do estranho se pode estabelecer e que aspetos podem estar presentes no seu vivido e que importância assume na constituição do Eu (dis)funcional.

 

O estranho e a identidade do eu

 

Se o estranho é assustador e velho, leia‑se um vivido precoce, também remete, no entender de Freud (1919/1989), para o fenómeno do duploII, «pelo facto de que o sujeito se identifica com outra pessoa, de tal forma que fica em dúvida sobre quem é o seu “Eu” (self ) ou substitui o seu próprio eu por um estranho (…) há uma duplicação, divisão e intercâmbio do Eu (self )» (p. 293). Com esta asserção, a problemática do estranho é colocada a dois níveis, a saber: o da constituição do eu e o da relação eu/outro (Freud, 1919/1989; Martini & Junior 2010), nomeadamente, duma confusão indiferenciada que perturba os vividos do sujeito.

Desta forma, o estranho não deixa de nos remeter regressivamente (Georgescu, 2013) para vividos mais precoces, onde o investimento objetal e a identificação (Dias, 1988; Freud, 1921/1989; Grinberg & Grinberg, 1998) parecem ser indistintos. Nos vividos primitivos, a relação com o outro tem por base a identificação, através da qual se estabelecem vividos de semelhança e/ou mesmo um desejo de querer ser como o outro significante quando, por exemplo, o bebé imita o tom da voz da mãe ou a criança se passeia orgulhosamente com os sapatos ou o casaco dela. Estes processos de identificação são, pois, essenciais para um desenvolvimento harmonioso.

Quando, por um qualquer tipo de desencontro e/ou falha de significação, o que é familiar se torna estranho e assustador, estas podem revelar‑se em mudanças sensório motoras e de humor repentinas do bebé ou da criança. As figuras cuidadoras mais desatentas podem, face à sua incapacidade de compreensão e resposta adequada, instalar a estranheza atribuindo ao bebé e à criança expressões como “é um diabo à solta” ou “é um diabo em pessoa”, ou ainda “não pára, leva tudo na frente”, etc…, confirmando‑se o potencial persecutório da palavra na relação do adulto com a criança (Leader, 2013). Assim, ao rotularem uma dificuldade transformativa própria numa cisão do Eu emergente do infante indicam‑lhe como solução um vivido do duplo, onde o bom (desejado) e o mau (repelido) levarão a uma repressão deste último. Estes vividos perturbadores do sujeito podem, então, ressurgir mais tarde como manifestações compulsivas, traumáticas, sendo o trauma definido como «aquelas impressões, cedo experimentadas e mais tarde esquecidas» (Freud, 1939/1989, p. 91) ou tão só como invasivas de um eu vulnerável e exposto à ameaça sentida.

Analisando mais pormenorizadamente as duas facetas da identificação, podemos verificar que esta é considerada «a mais remota expressão de um laço emocional com outra pessoa» (Freud, 1921/1989, p. 133) e que permite tomar a pessoa a quem se identifica como modelo. A identificação:

                  «pode surgir com qualquer nova perceção de uma qualidade comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto de instinto sexual (idem, p. 136);facilita os vividos de semelhança e possibilita, no conjunto destas vivências, ir‑se constituindo a identidade, isto é, aquilo que nos carateriza e diferencia de todos os demais (Pinto, 2006, 2016). A identificação é, pois, um elemento de relação primitivo, fundamental para a constituição duma identidade e, como Freud refere acima, não tem um cunho sexual, mas tão só relacional, onde semelhança e significação vão tecendo sentidos pessoais para o sujeito, ou seja, vão tecendo o seu sentir, a sua afirmação e confirmação como sujeitos de ação, a par da construção dos limites do Eu/não Eu.

              facilita os vividos de semelhança e possibilita, no conjunto destas vivências, ir‑se constituindo a identidade, isto é, aquilo que nos carateriza e diferencia de todos os demais (Pinto, 2006, 2016). A identificação é, pois, um elemento de relação primitivo, fundamental para a constituição duma identidade e, como Freud refere acima, não tem um cunho sexual, mas tão só relacional, onde semelhança e significação vão tecendo sentidos pessoais para o sujeito, ou seja, vão tecendo o seu sentir, a sua afirmação e confirmação como sujeitos de ação, a par da construção dos limites do Eu/não Eu.                

              A identificação pode também, em situações desfavoráveis, mostrar uma indiferenciação ou confusão continuada com o objeto e/ou situações onde a compulsão à repetição parece tomar ascendente e insistir dissociada e sucessivamente na vida do indivíduo, tomando o lugar de um desejado eu harmonioso.

              Neste sentido, o estranho, ao indicar um vivido doloroso e difícil/ impossível de ser integrado num todo coerente do paciente, remete‑nos para uma dificuldade acrescida de significação, deixando o sujeito entregue a um vivido de desamparo (Freud, 1919/1989), onde impera a ameaça ao Eu. Muitas vezes, os vividos banais podem confrontá‑lo com o estranho em vividos que, normalmente, seriam bons e satisfatórios. No entanto, estes são apresentados como estranhos e geradores de preocupação, onde o sobressalto se apresenta como tonalidade afetiva de toda a fala, nas próprias palavras de um paciente: 

«Ao fim da tarde em casa havia os tais barulhos. (…) são estranhos e assustam‑me sem saber porquê. Fugi dali e fui andar de mota, quando cheguei a casa era outra pessoa, não sei... (silêncio)… sinceramente não sei o que fazer, eu só queria um bocadinho de sossego. Isto afeta a minha vida... eu pus a Tv cabo e aquilo soube‑me tão bem. (silêncio) Quando fico num silêncio absoluto às vezes chega a ser estranho por não ser habitual, é bom estar ali sossegado em paz.»

 A vulnerabilidade e o sentimento de invasão sentidos pelo paciente em relação ao ambiente recolocam o vivido do estranho como um retorno do ameaçador que mais tarde se percebeu pertencer, entre outros, à sua avó que o assustava muito e que, ao mesmo tempo, o considerava um “diabo em figura de gente” enquanto foi criança. Agora, já adulto debate‑se com essa dificuldade de afirmação do seu Eu coerente, lutando com a estranheza de não conseguir impor a sua vontade ou ponto de vista, numa difusão do Eu, num agrado ao desejo do outro, de forma acrítica:

«Sabe, para mim, o que é estranho e assustador é que eu com a minha namorada acabo sempre por fazer o que ela quer mesmo contra minha vontade. No outro dia queria ir a casa do irmão em X e eu não queria ir mas não consegui dizer que não e fui, e foi uma seca. O irmão dela até me tirou o comando da mão e mudou o canal que eu estava a ver (começa a estalar o corpo e a suspirar).» 

Meses mais tarde, começa a nomear as suas dificuldades e a ensaiar a capacidade de dizer não (Spitz, 2004), ainda de forma incipiente, relatando a culpabilidade, pelo seu gesto autonómico, que o desvitaliza e ameaça na sua integridade do eu:

«Parece que os outros estão sempre em primeiro lugar. Eu pareço um espelho autêntico [a função do duplo de Freud]III e acho que isso não faz bem, porque eu achei estranho, na terça feira a ManuelaIV queria que eu fosse ter com ela e disse‑lhe: “daqui a pouco já aí vou ter” e depois pus‑me a pensar, “ou vais ter com a Manuela e apanhas uma seca ou vais divertir‑te a andar de mota” e fui e nem sequer me senti mal por ter feito aquilo contra a vontade de alguém e correu bem. Mas é confuso porque é que é tão difícil (boceja insistentemente), é estranho e é muito confuso mesmo. Eu ultimamente tenho conseguido dizer o que acho, mas fico culpado, mesmo que tenha sido bom para mim parece que fico com peso na consciência. (Silêncio)... (estala os dedos)... Mas porque é que me sinto culpado e sinto esta soneira do carago? Eu acho que desde pequeno que sou assim, lembra‑me a minha vizinha vir ter comigo e dizer: AntónioV vai buscar isto e eu ia, vai buscar aquilo e eu ia, fui sempre um pau mandado e queria deixar de ser por várias situações. Não é muito bom fazerem‑se coisas que não se quer fazer.»

Outro paciente relaciona o estranho com a dificuldade de se afirmar e confirmar, relatando o desencontro nos ritmos entre ele e a instituição onde trabalha que o faz sentir farto.

«Paciente – Não sei (…) mas sinto que é mesmo uma questão de identidade, em que eu não consigo ser. O problema é que eu não consigo pensar para mim mesmo e isto é estranho (silêncio). Às vezes sinto‑me tão sozinho que é como se toda a gente fosse investido num título e os outros noutros. É uma estranheza porque assim não posso lucrar com o investimento. Assim não tenho lucro, só me adianta em termos de médio prazo, os juros são baixinhos (ri‑se). 

Psicólogo – Parece temer que não o reconheçam como um ser capaz.

Paciente – Sim, no trabalho e em vários aspetos.

(Anteriormente tinha relatado o sentimento de ser sugado da sua identidade numa discussão com a mãe, reaparecendo agora na relação laboral, num processo de deslocamento que nos vai acompanhando ao longo do processo analítico).

Paciente – «(…). Mas anda tudo saturado (…) está tudo a rebentar pelas costuras, onde é que a gente vai parar assim [referia‑se ao serviço]»

Psicólogo – Parece estar a falar de se sentir sugado como expressou anteriormente em relação à sua mãe, quando lhe disse “vai sugar outro”.

Paciente – Sim. O meu serviço é desvitalizante. Isto é partilhado por várias pessoas…em relação a mim, sinto que é uma questão identitária em que eu não consigo ser. O problema é que eu não consigo pensar para mim mesmo e isto é estranho. Quando penso sozinho sinto cansaço. Sozinho cansa demasiado e acabo por dormir. Portanto não chega para eu criar uma narrativa sobre as coisas.»

O estranho aparece banal na expressão e parece conformar sentimentos de alienação do Eu, confusão e, nalguns casos, de conflito e culpa. Pode também implicar comportamentos de acting‑outs, onde a fuga pela ação ou pela inação (sonolência, cansaço, imobilidade) permeiam o funcionamento do indivíduo como reafirma o trecho que a seguir expomos:

Paula, uma adolescente de 17 anos, abandonada pela mãe aos oito dias de vida extra uterina, tem seis anos de psicoterapia analítica semanal face a face, onde se trabalhou durante mais de ano e meio um processo de matérnage, onde ia sendo adivinhada e (re)significada, tendo a pouco e pouco, emergido um Eu afirmativo que a transformou de incapaz de aprender para uma das melhores alunas de um curso técnico‑profissional que frequenta atualmente. Na última sessão diz‑nos ter arranjado namorado e que as coisas correm bem mas que isso até é estranho. Ao falar sobre a relação diz‑nos que o medo maior é o de que ele possa ir‑se embora e que isso a põe muito ciumenta e algo quezilenta. O temor da repetição do vivido traumático da sua infância precoce parece ter aqui um papel central neste vivido de estranheza.

A difusão das fronteiras do Eu parecem, no vivido do estranho, apresentar aspetos comuns que se replicam, a saber: o soçobrar do Eu ao outro e o sentimento de desvitalização, descrito como peso ou sono que parecem afastar o sujeito do enlace frutuoso com a vida. Isto parece devolver‑nos ao vivido traumático que, no entender de Freud (1939/1989), tem como características aspetos sexuais, agressivos ou mortificações do Eu.

Um outro paciente apresentava‑se num sobressalto permanente, qualquer estalido do chão de madeira o colocava num sobressalto, onde a paranóia parecia tomar conta dele. Com o desenrolar do processo psicoterapêutico traz uma dificuldade sexual da ordem do fetiche, que ele próprio considerava estranho, pois só conseguia ser orgástico quando a companheira colocava uma meia de vidro na cabeça. A sua estranheza tomava conta do semblante ao falar nisto e quando os episódios traumáticos acedem à sua mente o seu corpo torna‑se muito rígido e encarquilhado. Uma ama que cuidou dele abusara dele reiteradamente, chupando‑lhe o pénis, usando uma meia na cabeça. A integração desta situação abusiva tornou‑o mais solto e mais fluido na relação. Passado algum tempo chega à consulta e diz: “ Já estive com três raparigas e correu bem”. Estivera na noite, num claro ensaio da sua competência nova de ser orgástico sem repetir, estranha e compulsivamente, a situação agressiva. Ao perceber que ultrapassara a compulsão sentiu‑se liberto, mais feliz e vivo no contacto. Ao perguntar‑lhe como ia fazer com a sua namorada que colocava a meia de vidro na cabeça para ele poder ser orgástico, responde prontamente: “Para que quero eu uma gaja que põe a meia na cabeça?”.

Conclusão

O conceito de estranho parece, pois, enlaçar‑se a montante com os de identificação e de trauma que podem levar a uma repetição das situações velhas e conhecidas travestidas num presente estranho que distorce o livre curso de vida do sujeito. A elaboração destes conteúdos que fixam o paciente numa etapa anterior da sua vida permite o retomar das suas vidas e o abandonar desse sentimento de vivido do estranho.

A sua perpetuação compele o paciente para a repetição e, ao mesmo tempo, impede a construção duma identidade capaz de o caraterizar e distinguir de todos os demais.

Notas finais 

I – As imagens híper‑claras podem esconder, no dizer de Freud (1984/1989), sob conteúdos dolorosos do vivido do sujeito.

II – «O Romantismo Alemão trouxe um florescimento do tema do duplo e, curiosamente ou não, mais ou menos em simultâneo, também a Psicanálise surgiu com a proposta de um desdobramento da consciência, isto é, o inconsciente como o seu duplo sombrio, capaz de perseguir o lado consciente do sujeito através da produção de sonhos, de atos falhados e de sintomas» (Lourenço, 2009, p. 2).

III – Este espelho revela a preocupação do paciente em ser o que o outro deseja, aniquilando o seu Eu numa estranheza onde o duplo se anuncia na substituição do seu próprio Eu por um estranho dominador do seu Eu (a avó travestida de namorada).

IV – Nome fictício.

V – Nome fictício.
 

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Title

The uncanny in the analytical process.

Abstract

The present text approaches the concept of uncanny developed by Freud. It directs its approach to the question of the Self/Not Self and the Self/Other relation, based on the identity process and its gaps. We present some clinical vignettes that illustrate and challenge new ways of looking at the issue of the stranger, without calling into question the pertinence of other conceptualizations. The concept of uncanny seems to be linked upstream with those of identification and trauma that can lead to a repetition of old situations as uncanny. The elaboration of these contents of his life allows the return of their lives and the abandonment of this feeling of uncanny lived.

Keywords

Uncanny • Identification • Trauma • Psychoanalysis.